Para quem sobreviveu até aqui, meus parabéns! Agora, eu tenho uma ótima notícia: A personificação do mal absoluto irá se apresentar. Sim! Eu mesmo, o Gramunhão. Sempre estive com você. Mostrei a beleza do meu circo, fui simpático e cortês. Entretanto, não se enganem. Nunca fui um anjo. E jamais serei um. Eu sou a sombra do próprio Demiurgo.
Eu bebo lágrimas de sofrimento. O mal que assola a humanidade, a fome, a morte, a poluição e as armas são piadas para mim. Enquanto você se lamenta, eu me lambuzo. Nunca fui expulso de um paraíso. Para isso, deveria existe um. Nunca fui mentiroso, pois a verdade é mais afiada, quando te rasgo o cérebro.
Estão confortáveis, miseráveis? Querem um motivo para tanta crueldade?
Deixa eu te contar uma verdade crua: Humanos precisam de motivos para se sentirem especiais e supridos, eu não sou humano. O que me move é a natureza. Sou um animal no ápice da cadeia alimentar. O resto é carne, com sorte e depois de um processo digestivo, podem até virar merda.
Ergo minhas mãos e as coloco na cabeça.
Mil gritos de horror, a lona negra se rasga, a luz natural da lua é branca como pus. Meu público se remexe nos assentos. O vento traz vapores e emanações dos símbolos primitivos. A quinta batida cardíaca é o amor que morreu. A tristeza paira no ar.
O ódio machuca os corações dos perdidos.
O inferno chegou.
Alguns tentam fugir, e não podem. Estão condenados até o fim desse último ato.
— Não me decepcionem, aqui estamos nós. Somos vítimas? Não! Claro que não! Somos apenas um resultado. — Me sinto feliz, quando esse momento chega. Um sorriso rasgado, estampado na minha cara e minhas lágrimas descem queimando.
Estralo os dedos.
No centro da arena, toda aquela areia fica escura, fofa e movediça. A terra gira como um redemoinho. Começo a flutuar. A plateia recolhe os pés para cima das cadeiras. Vou em direção deles, levitando, passo por cada indivíduo que pagou pelo ingresso. Agarro o braço de um. Ela grita, nossa! Quanto medo naquela alma! Sinto meu pau endurecer.
— Oi, benzinho! Até aqui, qual foi o seu número predileto?
— Gostei da… Harpia — disse com os olhos arregalados.
Aliso meu cavanhaque. Puxo a fêmea pelos cabelos compridos. Ela se debate como uma boneca no ar. Levo ela para o alto, pego uma das cordas presa na lona esvoaçante.
Para quem sobreviveu até aqui, meus parabéns! Agora, eu tenho uma ótima notícia: A personificação do mal absoluto irá se apresentar. Sim! Eu mesmo, o Gramunhão. Sempre estive com você. Mostrei a beleza do meu circo, fui simpático e cortês. Entretanto, não se enganem. Nunca fui um anjo. E jamais serei um. Eu sou a sombra do próprio Demiurgo.
Eu bebo lágrimas de sofrimento. O mal que assola a humanidade, a fome, a morte, a poluição e as armas são piadas para mim. Enquanto você se lamenta, eu me lambuzo. Nunca fui expulso de um paraíso. Para isso, deveria existe um. Nunca fui mentiroso, pois a verdade é mais afiada, quando te rasgo o cérebro.
Estão confortáveis, miseráveis? Querem um motivo para tanta crueldade?
Deixa eu te contar uma verdade crua: Humanos precisam de motivos para se sentirem especiais e supridos, eu não sou humano. O que me move é a natureza. Sou um animal no ápice da cadeia alimentar. O resto é carne, com sorte e depois de um processo digestivo, podem até virar merda.
Ergo minhas mãos e as coloco na cabeça.
Mil gritos de horror, a lona negra se rasga, a luz natural da lua é branca como pus. Meu público se remexe nos assentos. O vento traz vapores e emanações dos símbolos primitivos. A quinta batida cardíaca é o amor que morreu. A tristeza paira no ar.
O ódio machuca os corações dos perdidos.
O inferno chegou.
Alguns tentam fugir, e não podem. Estão condenados até o fim desse último ato.
— Não me decepcionem, aqui estamos nós. Somos vítimas? Não! Claro que não! Somos apenas um resultado. — Me sinto feliz, quando esse momento chega. Um sorriso rasgado, estampado na minha cara e minhas lágrimas descem queimando.
Estralo os dedos.
No centro da arena, toda aquela areia fica escura, fofa e movediça. A terra gira como um redemoinho. Começo a flutuar. A plateia recolhe os pés para cima das cadeiras. Vou em direção deles, levitando, passo por cada indivíduo que pagou pelo ingresso. Agarro o braço de um. Ela grita, nossa! Quanto medo naquela alma! Sinto meu pau endurecer.
— Oi, benzinho! Até aqui, qual foi o seu número predileto?
— Gostei da… Harpia — disse com os olhos arregalados.
Aliso meu cavanhaque. Puxo a fêmea pelos cabelos compridos. Ela se debate como uma boneca no ar. Levo ela para o alto, pego uma das cordas presa na lona esvoaçante.