Só havia sobrado dez reais no meu bolso. Acabei com boa parte da minha grana na Casa da Ruína. Bebi feito o diabo, beijei algumas almas do bem, e depois tive que voltar pra casa a pé. Sozinho, bêbado e chateado. Chateado porque eu não tinha conseguido o boquete que meu amigo havia me prometido. E eu tava muito a fim de ganhar uma chupadinha.
Já era três horas e alguns quebrados da madrugada.
Durante meu caminho pelo calçadão da Praia de Iracema, aqui em Fortaleza, eu me perguntava: “Cadê as putas que fazem ponto nessa merda?” Afinal, ali era um ponto turístico. “Será que elas me chupariam por dez reais?”, “Acho que não” Afinal, ali era um ponto turístico. E tudo era mais caro.
Mas quando se tem fé, Deus escuta as orações até de um ateu-filho-da-puta-debochado.
— Ei, tem um cigarro desses que me arranje?
Pois é, eu tava andando e fazendo fumaça.
Levantei a vista até aquele anjo, ela usava um vestido amarelo, colado naquele corpaço; o rosto cheio de rugas, e uma bolsinha dourada nos ombros. Logo desconfiei que ela era uma prostituta. Preconceito? Isso mesmo, preconceito. Mas nunca intolerância. Se eu não controlava nem os meus gastos com álcool, imagina meus pensamentos preconcebidos, levando em conta o contexto dessa história.
Sentei num banco; e enquanto eu puxava a carteira de cigarro, ela veio sentar do meu lado. Então dei um à ela.
— Eita! Parece que a festa foi boa.
Pois é, supondo que eu estava vindo de algum buraco infernal, ela também era preconceituosa, e uma observadora assertiva.
— Tá tão na cara? — perguntei.
— Tá sim.
— Então, meu bem, você tá… (soluço de bêbado) trabalhando?
— Tô sim, mas hoje foi fraco.
— Olha, mais cedo, eu tava louco por um boquete. Mas gastei boa parte da minha grana com bebida. Se eu tivesse uma grana legal… você sabe.
— Quanto você tem?
— Dez reais.
— Nossa, só isso?
— É como eu já disse. Eu queria, meu bem, mas fica pra próxima. Infelizmente.
Ela me avaliou por alguns segundos. Soltamos algumas colunas de fumaça.
Então o anjo do Senhor falou:
— Quer saber, vamos pro escurinho.
Procuramos e logo achamos. Fiquei feliz pra caralho. Ganhei meu boquete. Mas não acabou por aí. Ela me deixou comer o cu dela. Vesti meu cacete com um preservativo, que ela tirou da bolsinha dourada. Comecei a socar bosta até o cheirinho subir. Os carros passavam na rua, os insetos cantavam perto de uma caçamba de lixo. Bem, só não era possível comer a boceta dela porque ela nem tinha uma. Mas quem liga? Eu não. O jeito foi bater umazinha praquele pau maior que o meu. Bendito seja os anjos enviados por Deus.
Trocamos Whatsapp. E até hoje, ela nunca respondeu o meu singelo “bom dia”.
Fiquei de coração partido.
Só havia sobrado dez reais no meu bolso. Acabei com boa parte da minha grana na Casa da Ruína. Bebi feito o diabo, beijei algumas almas do bem, e depois tive que voltar pra casa a pé. Sozinho, bêbado e chateado. Chateado porque eu não tinha conseguido o boquete que meu amigo havia me prometido. E eu tava muito a fim de ganhar uma chupadinha.
Já era três horas e alguns quebrados da madrugada.
Durante meu caminho pelo calçadão da Praia de Iracema, aqui em Fortaleza, eu me perguntava: “Cadê as putas que fazem ponto nessa merda?” Afinal, ali era um ponto turístico. “Será que elas me chupariam por dez reais?”, “Acho que não” Afinal, ali era um ponto turístico. E tudo era mais caro.
Mas quando se tem fé, Deus escuta as orações até de um ateu-filho-da-puta-debochado.
— Ei, tem um cigarro desses que me arranje?
Pois é, eu tava andando e fazendo fumaça.
Levantei a vista até aquele anjo, ela usava um vestido amarelo, colado naquele corpaço; o rosto cheio de rugas, e uma bolsinha dourada nos ombros. Logo desconfiei que ela era uma prostituta. Preconceito? Isso mesmo, preconceito. Mas nunca intolerância. Se eu não controlava nem os meus gastos com álcool, imagina meus pensamentos preconcebidos, levando em conta o contexto dessa história.
Sentei num banco; e enquanto eu puxava a carteira de cigarro, ela veio sentar do meu lado. Então dei um à ela.
— Eita! Parece que a festa foi boa.
Pois é, supondo que eu estava vindo de algum buraco infernal, ela também era preconceituosa, e uma observadora assertiva.
— Tá tão na cara? — perguntei.
— Tá sim.
— Então, meu bem, você tá… (soluço de bêbado) trabalhando?
— Tô sim, mas hoje foi fraco.
— Olha, mais cedo, eu tava louco por um boquete. Mas gastei boa parte da minha grana com bebida. Se eu tivesse uma grana legal… você sabe.
— Quanto você tem?
— Dez reais.
— Nossa, só isso?
— É como eu já disse. Eu queria, meu bem, mas fica pra próxima. Infelizmente.
Ela me avaliou por alguns segundos. Soltamos algumas colunas de fumaça.
Então o anjo do Senhor falou:
— Quer saber, vamos pro escurinho.
Procuramos e logo achamos. Fiquei feliz pra caralho. Ganhei meu boquete. Mas não acabou por aí. Ela me deixou comer o cu dela. Vesti meu cacete com um preservativo, que ela tirou da bolsinha dourada. Comecei a socar bosta até o cheirinho subir. Os carros passavam na rua, os insetos cantavam perto de uma caçamba de lixo. Bem, só não era possível comer a boceta dela porque ela nem tinha uma. Mas quem liga? Eu não. O jeito foi bater umazinha praquele pau maior que o meu. Bendito seja os anjos enviados por Deus.
Trocamos Whatsapp. E até hoje, ela nunca respondeu o meu singelo “bom dia”.
Fiquei de coração partido.