Um grande buraco
Usurpou o céu azul turquesa
Naquele dia;
Fazendo-me lembrar dos redemoinhos
Que surgem às vezes no mar.
Nuvens esparsas tornaram-se
Negras, borbulhavam
Feito cinzas cadavéricas
Jogadas sobre a cara.
Os portões velhos e enferrujados
Do cemitério gemiam devagar
Do outro lado da estrada de barro
Estava eu, Amanda.
O horror ninou-me em seus braços
Não tinha como ser corajosa.
De mãos dadas, serelepe
Saltitavam sobre os caixões
As três criancinhas ruivas,
Filhos de dona Marta
A assassina de bebês.
Cuja um dia os trancafiou
Dentro do armário do quarto
Permitindo-se cair no esquecimento…
Seus filhos morreram de fome.
Sufocados pelos próprios gritos;
Agonizaram por vinte e um dias
Levando dona Marta à loucura.
Assim disseram os mais velhos
Há muito tempo atrás…
Testemunhas, de um dia tomado pelas trevas.
Hoje dona Marta,
Caminha pelas ruas da cidade de lugar nenhum
Atordoada,
Sem poder morrer…
Um grande buraco
Usurpou o céu azul turquesa
Naquele dia;
Fazendo-me lembrar dos redemoinhos
Que surgem às vezes no mar.
Nuvens esparsas tornaram-se
Negras, borbulhavam
Feito cinzas cadavéricas
Jogadas sobre a cara.
Os portões velhos e enferrujados
Do cemitério gemiam devagar
Do outro lado da estrada de barro
Estava eu, Amanda.
O horror ninou-me em seus braços
Não tinha como ser corajosa.
De mãos dadas, serelepe
Saltitavam sobre os caixões
As três criancinhas ruivas,
Filhos de dona Marta
A assassina de bebês.
Cuja um dia os trancafiou
Dentro do armário do quarto
Permitindo-se cair no esquecimento…
Seus filhos morreram de fome.
Sufocados pelos próprios gritos;
Agonizaram por vinte e um dias
Levando dona Marta à loucura.
Assim disseram os mais velhos
Há muito tempo atrás…
Testemunhas, de um dia tomado pelas trevas.
Hoje dona Marta,
Caminha pelas ruas da cidade de lugar nenhum
Atordoada,
Sem poder morrer…