Leia a parte 01 aqui:
http://maldohorror.com.br/rubens-paiva/o-magufe/
Quando veio o sinal do término das aulas, Max juntou seu livros e cadernos, colocou-os na sua bolsa surrada e caminhou devagar, esperando que a maré de crianças passasse e fosse embora antes dele. Tomou o caminho mais longo para casa pois o seu lar também não lhe confortava. Não que desgostasse de sua mãe, mas ele intuía que a devoção exagerada dela lhe enfraqueceria ainda mais.
Andou arrastando as solas de seus sapatos subindo a Rua das Margaridas que ficava em uma das partes mais altas da cidade. Lá de cima Maximiliano viu todas aquelas casinhas, indiferente à felicidade dos outros. Olhou a travessa que descia pelo fim da rua e que dava na grande praça. Mais além viu o pequeno bosque colado aos limites da praça e percebeu, pela primeira vez, que havia uma trilha de terra batida que cruzava todo o terreno da pequena floresta e dava em uma ruazinha do outro lado. Sem pensar muito sobre essa decisão, desceu até a praça, passou pelo semidestruído coreto, levantou o arame da cerca e adentrou pela trilha de terra.
Depois de alguns passos pela trilha Max olhou para trás. A mata encobria o caminho de volta e não podia mais ver a praça. Sentiu um impulso de voltar correndo, mas conteve seu medo. Voltou-se para o inexplorado caminho à frente e disse a si mesmo que precisava superar seu medo. Ficou ali hesitante por alguns momentos e então pôs-se em marcha novamente.
A cada passo que dava pela trilha estreita o menino sentia-se mais corajoso e forte. As copas das grandes árvores encobriam o sol tornando o caminho cada vez mais escuro. Mas a medida que o garoto franzino avançava na trilha ele afrontava também o seu medo e isso o fazia sentir-se surpreendentemente bem. Começou a dar passos obstinados e firmes até que venceu o trecho das sombras e viu-se em uma clareira no coração do pequeno bosque. Banhou-se naquele condescendente sol da tarde e sorriu como não fazia há muito tempo.
Naquele lugar secreto, longe de tudo e de todos, sentiu-se finalmente um menino normal e todos os problemas da escola pareciam distantes. Sentou-se numa área onde o mato era mais curto e abriu sua bolsa. Encontrou lá no fundo uma barra de chocolate que estava pela metade e começou a comê-la. Mas assim que deu uma mordida ele ouviu um estranho barulho dentro do mato.
Leia a parte 01 aqui:
http://maldohorror.com.br/rubens-paiva/o-magufe/
Quando veio o sinal do término das aulas, Max juntou seu livros e cadernos, colocou-os na sua bolsa surrada e caminhou devagar, esperando que a maré de crianças passasse e fosse embora antes dele. Tomou o caminho mais longo para casa pois o seu lar também não lhe confortava. Não que desgostasse de sua mãe, mas ele intuía que a devoção exagerada dela lhe enfraqueceria ainda mais.
Andou arrastando as solas de seus sapatos subindo a Rua das Margaridas que ficava em uma das partes mais altas da cidade. Lá de cima Maximiliano viu todas aquelas casinhas, indiferente à felicidade dos outros. Olhou a travessa que descia pelo fim da rua e que dava na grande praça. Mais além viu o pequeno bosque colado aos limites da praça e percebeu, pela primeira vez, que havia uma trilha de terra batida que cruzava todo o terreno da pequena floresta e dava em uma ruazinha do outro lado. Sem pensar muito sobre essa decisão, desceu até a praça, passou pelo semidestruído coreto, levantou o arame da cerca e adentrou pela trilha de terra.
Depois de alguns passos pela trilha Max olhou para trás. A mata encobria o caminho de volta e não podia mais ver a praça. Sentiu um impulso de voltar correndo, mas conteve seu medo. Voltou-se para o inexplorado caminho à frente e disse a si mesmo que precisava superar seu medo. Ficou ali hesitante por alguns momentos e então pôs-se em marcha novamente.
A cada passo que dava pela trilha estreita o menino sentia-se mais corajoso e forte. As copas das grandes árvores encobriam o sol tornando o caminho cada vez mais escuro. Mas a medida que o garoto franzino avançava na trilha ele afrontava também o seu medo e isso o fazia sentir-se surpreendentemente bem. Começou a dar passos obstinados e firmes até que venceu o trecho das sombras e viu-se em uma clareira no coração do pequeno bosque. Banhou-se naquele condescendente sol da tarde e sorriu como não fazia há muito tempo.
Naquele lugar secreto, longe de tudo e de todos, sentiu-se finalmente um menino normal e todos os problemas da escola pareciam distantes. Sentou-se numa área onde o mato era mais curto e abriu sua bolsa. Encontrou lá no fundo uma barra de chocolate que estava pela metade e começou a comê-la. Mas assim que deu uma mordida ele ouviu um estranho barulho dentro do mato.