CAPÍTULO 1 – A vida de Max
Maximiliano era um garoto de oito anos muito introvertido e tímido. É provável que isso fosse fruto dos mimos de sua mãe, que sentindo-se culpada por não ter dado um pai para ele, o enchia de cuidados como se o pequeno Max pudesse quebrar-se tal qual uma peça de vidro frágil. Talvez por tudo isso, ou talvez pelo fato de que Max usasse grandes e pesados óculos desde sempre, todos os meninos da escola tinham problemas com ele.
Os que simplesmente o evitavam, faziam-no porque o julgavam estranho e demasiado envelhecido por detrás daquelas armações grossas e negras; um menino que não falava e não jogava bola devia ser evitado, sem dúvida. Já os que abertamente hostilizavam Max pensavam de forma oportunista: eles acreditavam que aquele branquelo, quatro olhos e franzino menino era um covarde por natureza, um alvo fácil para toda sorte de brincadeiras sádicas, e isso era uma “mina de ouro” para os valentões da escola, uma joia que não podia ser ignorada.
Em suma, essa era a rotina de Maximiliano, entre a rejeição de uns e a hostilidade do resto dos garotos da escola. Para ele, ir à escola era como caminhar em um campo minado, o franzino garoto andava sempre encolhido, evitava a tudo e a todos e nunca andava pelos mesmos caminhos, pois isso o expunha às explosivas investidas dos garotos malvados.
Naquela tarde de inverno as coisas seguiam como sempre e a aula de história parecia interminável. Ninguém dava atenção à professora Lísia, que tentava, em vão, explicar a importância do tratado de Tordesilhas. Os alunos prestavam mais atenção ao grande relógio na parede, aguardando ansiosos, a chegada da hora libertadora. E por fim o sinal do intervalo ressoou pela escola, pontualmente às 15:15 e todos os meninos e meninas desatinaram a correr pelos corredores e escadas rumo ao pátio de recreação.
CAPÍTULO 1 – A vida de Max
Maximiliano era um garoto de oito anos muito introvertido e tímido. É provável que isso fosse fruto dos mimos de sua mãe, que sentindo-se culpada por não ter dado um pai para ele, o enchia de cuidados como se o pequeno Max pudesse quebrar-se tal qual uma peça de vidro frágil. Talvez por tudo isso, ou talvez pelo fato de que Max usasse grandes e pesados óculos desde sempre, todos os meninos da escola tinham problemas com ele.
Os que simplesmente o evitavam, faziam-no porque o julgavam estranho e demasiado envelhecido por detrás daquelas armações grossas e negras; um menino que não falava e não jogava bola devia ser evitado, sem dúvida. Já os que abertamente hostilizavam Max pensavam de forma oportunista: eles acreditavam que aquele branquelo, quatro olhos e franzino menino era um covarde por natureza, um alvo fácil para toda sorte de brincadeiras sádicas, e isso era uma “mina de ouro” para os valentões da escola, uma joia que não podia ser ignorada.
Em suma, essa era a rotina de Maximiliano, entre a rejeição de uns e a hostilidade do resto dos garotos da escola. Para ele, ir à escola era como caminhar em um campo minado, o franzino garoto andava sempre encolhido, evitava a tudo e a todos e nunca andava pelos mesmos caminhos, pois isso o expunha às explosivas investidas dos garotos malvados.
Naquela tarde de inverno as coisas seguiam como sempre e a aula de história parecia interminável. Ninguém dava atenção à professora Lísia, que tentava, em vão, explicar a importância do tratado de Tordesilhas. Os alunos prestavam mais atenção ao grande relógio na parede, aguardando ansiosos, a chegada da hora libertadora. E por fim o sinal do intervalo ressoou pela escola, pontualmente às 15:15 e todos os meninos e meninas desatinaram a correr pelos corredores e escadas rumo ao pátio de recreação.