Entorno mais um copo. Desce queimando. Essa é boa. Ótima. Muito tempo não tomava uma cachaça boa assim.
Atravesso o balcão. Vejamos. Muita coisa na prateleira. Dá pra passar uns dois anos aqui, só entornando. Pego um blue label, um achado. Bom tempo também não bebo um bom uísque.
Porta arrombada num estrondo. Jovem marombado com um fuzil ou sei lá que arma aquela. Entra rodopiando desesperado pelo bar, apontando a arma pra todo lado, janelas, mesas, parede, teto, até apontar pra mim.
-Quem é você?- grita ofegante. -Quem é você, porra?
-Não precisava ter quebrado a porta. Estava destrancada.
-O quê?
-Eu disse que não precisava ter quebrado a porta. Era só girar a maçaneta.
-Girar a… Você não viu o caos lá fora, toda essa destruição?
-É, esses políticos são uns escrotos, acabam com tudo.
-Que políticos. Estou falando dos zumbis. Tem zumbis por toda parte. Tomaram a cidade por completo.
-E daí? Um mundo infestado de zumbis não parece pior que um mundo infestado de banqueiros.
Falando no capiroto, um deles aparece na porta arrombada, caminhando vagaroso. O marombado se volta pra ele berrando alucinado:
-Não! Não! Morre, maldito!
Atira várias vezes, um estrondo ensurdecedor. Alguns tiros acertam o peitoral e abdomen da criatura, outros passam ao largo, furando a pobre porta detonada e a parede. O zumbi cambaleia pra trás mas logo retoma o caminhar trôpego, como se não entendesse o que o estava interceptando.
-Malditos. Monstros do demônio. Por que não morrem?
O jovem percebe uma escada nos fundos, que leva ao segundo andar, e volta a berrar pra mim, sempre apontando a arma:
-O que tem lá em cima?
-Eu sei lá. Sou só um cliente, não trabalho aqui.- E viro o copo de uísque. Ah, que delícia.
-Bêbado de merda. Como pode ficar aí tranquilo enquanto somos atacados? Não quer viver?
-O que você chama de viver? Sair apontando uma arma pra todo mundo?
-Foda-se você.- E sobe apressado os degraus.
Entorno mais um copo. Desce queimando. Essa é boa. Ótima. Muito tempo não tomava uma cachaça boa assim.
Atravesso o balcão. Vejamos. Muita coisa na prateleira. Dá pra passar uns dois anos aqui, só entornando. Pego um blue label, um achado. Bom tempo também não bebo um bom uísque.
Porta arrombada num estrondo. Jovem marombado com um fuzil ou sei lá que arma aquela. Entra rodopiando desesperado pelo bar, apontando a arma pra todo lado, janelas, mesas, parede, teto, até apontar pra mim.
-Quem é você?- grita ofegante. -Quem é você, porra?
-Não precisava ter quebrado a porta. Estava destrancada.
-O quê?
-Eu disse que não precisava ter quebrado a porta. Era só girar a maçaneta.
-Girar a… Você não viu o caos lá fora, toda essa destruição?
-É, esses políticos são uns escrotos, acabam com tudo.
-Que políticos. Estou falando dos zumbis. Tem zumbis por toda parte. Tomaram a cidade por completo.
-E daí? Um mundo infestado de zumbis não parece pior que um mundo infestado de banqueiros.
Falando no capiroto, um deles aparece na porta arrombada, caminhando vagaroso. O marombado se volta pra ele berrando alucinado:
-Não! Não! Morre, maldito!
Atira várias vezes, um estrondo ensurdecedor. Alguns tiros acertam o peitoral e abdomen da criatura, outros passam ao largo, furando a pobre porta detonada e a parede. O zumbi cambaleia pra trás mas logo retoma o caminhar trôpego, como se não entendesse o que o estava interceptando.
-Malditos. Monstros do demônio. Por que não morrem?
O jovem percebe uma escada nos fundos, que leva ao segundo andar, e volta a berrar pra mim, sempre apontando a arma:
-O que tem lá em cima?
-Eu sei lá. Sou só um cliente, não trabalho aqui.- E viro o copo de uísque. Ah, que delícia.
-Bêbado de merda. Como pode ficar aí tranquilo enquanto somos atacados? Não quer viver?
-O que você chama de viver? Sair apontando uma arma pra todo mundo?
-Foda-se você.- E sobe apressado os degraus.