A noite é o espelho da solidão humana. Não há noite sim e noite não, amanhã não é outro dia, e a alvorada vem para dar uma pequena pausa nas mentiras oriundas dos desejos desesperados. A cidade faz fumaça como se fosse um inalador imenso no seu poder de embaçar a visão e preencher os pulmões com gases alucinógenos: é o intervalo entre a casca da ferida e a carne viva. Ninguém se contenta até estragar tudo. Não acho que seja proposital esse mergulho nas palpáveis negações, mas não vejo a alucinação como algo interessante. Se me asfixia a existência, que eu exista mais e mais até desistirem de me tratar como parafuso de pendurar quadros na parede. Mas a noite, ela sim desliga os aparelhos. É nela que respiro a pureza das lástimas reais. Calado, vou palavrear com os seres noturnos.
A noite é o espelho da solidão humana. Não há noite sim e noite não, amanhã não é outro dia, e a alvorada vem para dar uma pequena pausa nas mentiras oriundas dos desejos desesperados. A cidade faz fumaça como se fosse um inalador imenso no seu poder de embaçar a visão e preencher os pulmões com gases alucinógenos: é o intervalo entre a casca da ferida e a carne viva. Ninguém se contenta até estragar tudo. Não acho que seja proposital esse mergulho nas palpáveis negações, mas não vejo a alucinação como algo interessante. Se me asfixia a existência, que eu exista mais e mais até desistirem de me tratar como parafuso de pendurar quadros na parede. Mas a noite, ela sim desliga os aparelhos. É nela que respiro a pureza das lástimas reais. Calado, vou palavrear com os seres noturnos.