As folhas das amendoeiras caiam sem parar naquela época do ano enquanto lufadas de vento quente as espalhavam por toda a rua.
Vassouras descansavam em muros com janelas desbotadas, tristes como se adivinhassem que seriam encarregadas do trabalho sujo do outono.
Um casal pouco comum caminha pela calçada. Algo como Eduardo e Mônica só que ilícito. Ela, descolada em seu estilo alternativo, contrastando com o perfil clean dele; calça jeans, camisa branca e sapatênis.
Quarenta e uns nas costas versus dezesseis anos.
Eles conversam e a garota sorri, mostrando dentes curtos emoldurados por lábios pintados com um batom cor de açaí que combinam com a armação de seus óculos.
A conversa é sobre música. Ela diz um verso pela metade e ele completa a letra, sincronizados.
Os olhos dela brilham dilatados com tamanho reconhecimento de almas. Amantes de outras vidas, almas gêmeas, conexão perfeita.
Acabaram de se conhecer e a esta altura a garota acredita que está completamente apaixonada.
A caminhada ruma ao único ponto verde da cidade, a reserva ambiental que liga dois bairros próximos.
Ele a convida para passear em uma das trilhas que serpenteiam por entre o denso matagal.
O tempo prende a respiração, ansioso pela resposta.
Ela aceita com o coração acelerado, ciente das infinitas propostas veladas naquele convite.
Ninguém os vê entrando na reserva e ela pensa na frase que leu no horóscopo de touro na manhã daquele dia: “tudo conspira a favor quando o destino de alguém é marcado pela palavra amor.”
⬛⬛⬛⬛⬛◼◾⚜◾◼⬛⬛⬛⬛⬛
As folhas das amendoeiras caiam sem parar naquela época do ano enquanto lufadas de vento quente as espalhavam por toda a rua.
Vassouras descansavam em muros com janelas desbotadas, tristes como se adivinhassem que seriam encarregadas do trabalho sujo do outono.
Um casal pouco comum caminha pela calçada. Algo como Eduardo e Mônica só que ilícito. Ela, descolada em seu estilo alternativo, contrastando com o perfil clean dele; calça jeans, camisa branca e sapatênis.
Quarenta e uns nas costas versus dezesseis anos.
Eles conversam e a garota sorri, mostrando dentes curtos emoldurados por lábios pintados com um batom cor de açaí que combinam com a armação de seus óculos.
A conversa é sobre música. Ela diz um verso pela metade e ele completa a letra, sincronizados.
Os olhos dela brilham dilatados com tamanho reconhecimento de almas. Amantes de outras vidas, almas gêmeas, conexão perfeita.
Acabaram de se conhecer e a esta altura a garota acredita que está completamente apaixonada.
A caminhada ruma ao único ponto verde da cidade, a reserva ambiental que liga dois bairros próximos.
Ele a convida para passear em uma das trilhas que serpenteiam por entre o denso matagal.
O tempo prende a respiração, ansioso pela resposta.
Ela aceita com o coração acelerado, ciente das infinitas propostas veladas naquele convite.
Ninguém os vê entrando na reserva e ela pensa na frase que leu no horóscopo de touro na manhã daquele dia: “tudo conspira a favor quando o destino de alguém é marcado pela palavra amor.”
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