O brilho prateado da lua atravessa a copa das árvores iluminando a pista molhada onde reflete minha silhueta.
Meu coturno de solado gasto esmaga a lama formada pelo barro que se desprende da encosta e deixa marcado na estrada o peso de meus passos.
Há muitas expectativas pela promessa de ação, cada célula de meu corpo vibra e o resultado é algo que a muito não sentia, uma ereção dolorida que pulsa dentro da calça.
Um gole no cantil e a seiva alcoólica desce queimando pela garganta, fazendo girar as engrenagens da criatividade.
De punhos cerrados rente ao corpo, meus braços não se movem com o balanço da caminhada, caracteristica de um organismo acostumado a carregar o peso de todos os mortos pela eternidade.
Relâmpagos riscam o céu e iluminam a linha do horizonte enegrecido pela noite. Meus olhos focam no fim da rodovia 66 e avistam o letreiro em néon do bar Azul.
A respiração se torna difícil como se o ar se tornasse rarefeito a medida que me aproximo do bar. Mantenho o ritmo. O foco nos meus objetivos é o combustível que abastece meu corpo.
Caminho como quem conta as pedras da estrada, disputando espaço com ratos e mendigos que se amontoam diante de um banquete de lixo.
Percebo a movimentação do bar à beira de estrada, ouço os acordes inconfundíveis do violão do velho Bob.
Sinto como se fossem meus próprios dedos deslizando pelas cordas daquele instrumento que nem o próprio Bob sabe mas fora talhado pela foice da morte.
Ao ranger das portas do saloon olho para o pulso em busca do relógio e me deparo com a inércia dos ponteiros, definitivamente algumas coisas nunca mudam.
Observo o bar, tudo igual desde a última vez, até a madeira podre do piso rangendo sob meus pés. Ignoro as caras ruborizadas pelo álcool e atravesso a atmosfera carregada de conversas murmuradas movidas à bebida barata.
O brilho prateado da lua atravessa a copa das árvores iluminando a pista molhada onde reflete minha silhueta.
Meu coturno de solado gasto esmaga a lama formada pelo barro que se desprende da encosta e deixa marcado na estrada o peso de meus passos.
Há muitas expectativas pela promessa de ação, cada célula de meu corpo vibra e o resultado é algo que a muito não sentia, uma ereção dolorida que pulsa dentro da calça.
Um gole no cantil e a seiva alcoólica desce queimando pela garganta, fazendo girar as engrenagens da criatividade.
De punhos cerrados rente ao corpo, meus braços não se movem com o balanço da caminhada, caracteristica de um organismo acostumado a carregar o peso de todos os mortos pela eternidade.
Relâmpagos riscam o céu e iluminam a linha do horizonte enegrecido pela noite. Meus olhos focam no fim da rodovia 66 e avistam o letreiro em néon do bar Azul.
A respiração se torna difícil como se o ar se tornasse rarefeito a medida que me aproximo do bar. Mantenho o ritmo. O foco nos meus objetivos é o combustível que abastece meu corpo.
Caminho como quem conta as pedras da estrada, disputando espaço com ratos e mendigos que se amontoam diante de um banquete de lixo.
Percebo a movimentação do bar à beira de estrada, ouço os acordes inconfundíveis do violão do velho Bob.
Sinto como se fossem meus próprios dedos deslizando pelas cordas daquele instrumento que nem o próprio Bob sabe mas fora talhado pela foice da morte.
Ao ranger das portas do saloon olho para o pulso em busca do relógio e me deparo com a inércia dos ponteiros, definitivamente algumas coisas nunca mudam.
Observo o bar, tudo igual desde a última vez, até a madeira podre do piso rangendo sob meus pés. Ignoro as caras ruborizadas pelo álcool e atravesso a atmosfera carregada de conversas murmuradas movidas à bebida barata.